Mês: fevereiro 2014

O que esperar das principais duplas de 2014.

Além da alteração radical no regulamento para a este ano, houve importantes mudanças em relação aos pilotos das equipes. Por conta disso, o desenrolar da disputa interna será acompanhado de perto. Assim sendo, o que podemos esperar das principais duplas de 2014?

RBR – #1Vettel & #3Ricciardo: O jovem alemão, tetra campeão de forma consecutiva, não deverá ter maiores dificuldades para enfrentar Daniel Ricciardo que, curiosamente, é australiano, a exemplo do ex-piloto da escuderia, Mark Webber. Além do talento e resultados obtidos pelo melhor conjunto da fórmula 1 nas quatro últimas temporadas, Ricciardo, até o momento, não mostrou nada de brilhante ou que fosse capaz de nos fazer imaginar que pode ameaçar o trono de Vettel,  apesar de se mostrar bastante confiante nas entrevistas. É importante lembrar que seu anúncio só foi realizado após a negociação com Raikkonen não ter se concretizado e longa ponderação entre seu nome e o de Vergne.

McLAREN – #22Button & #20Magnussen: A dúvida é saber se o jovem estreante colocará Jenson Button em maus bocados. O dinamarquês chega para substituir o mexicano Sérgio Perez, que obteve resultado muito abaixo do esperado, diante da expectativa que se criou em torno de sua chegada, pois havia andado muito bem em 2012. Não considero Button um piloto extraordinário, no entanto a nova fórmula 1 parece vir acompanhada de muitos detalhes que talvez favoreçam ao estilo suave de pilotagem do inglês. Magnussen, por outro lado, promete. Andou bem nos testes e afirma ser capaz de repetir o sucesso de Lewis Hamilton, como estreante, porém ainda é muito cedo para se fazer qualquer prognóstico.

Alonso, Hamilton e Raikkonen. Olho neles.

Alonso, Hamilton e Raikkonen. Olho neles.

MERCEDES – #44Hamilton & #6Rosberg: Desde a última temporada fala-se que a equipe prometia pra esse ano. Pelos testes realizados, até então, a promessa foi cumprida, pois foi a que demonstrou melhor desempenho. A maioria considera o inglês como o 1º piloto e os números estão a seu favor. Porém, se em 2012 Hamilton teve uma margem imensa na pontuação final (93 pts), em 2013 apenas 18 pontos separaram os pilotos. Ambos foram bem consistentes, o que proporcionou a Mercedes o segundo lugar no mundial de construtores. Hamilton já afirmou que estão muito à frente e que o carro responde bem ao seu estilo de pilotagem, o que vai de encontro à opinião dos especialistas, pois a agressividade é a marca registrada de Lewis. Já Rosberg marcou o melhor tempo do treino do Bahrein, se mostrando satisfeito com os resultados. Se a vantagem da Mercedes se confirmar, a temporada de 2014 pode se restringir à briga desses dois pilotos.

FERRARI – #14Alonso & #7Raikkonen: Em termos de talento e eficiência, sem dúvida alguma, é disparada a dupla mais forte para a temporada de 2014. Embora totalmente distintos quanto ao temperamento, possuem em comum a constância. Sempre conseguem bons resultados. A Ferrari abertamente dizia ter a filosofia de contratar um para somar pontos para o campeonato de construtores e outro pra disputar o mundial de pilotos. Ocorre que, após 60 anos, a escuderia italiana voltou a ter dois campeões mundiais. Ano passado o espanhol teve atritos com a equipe, pois reclamou publicamente do carro, assim como, da mesma forma, foi advertido por Montezemolo. Além de ter flertado com a RBR, a McLaren, a pedido da Honda, mostrou ter interesse em Fernando para 2015. Por outro lado, a Ferrari atendeu ao seu pedido e contratou James Alisson e Dirk de Beer. Portanto difícil pensar em sua saída. Já o finlandês, embora tenha realizado o papel de escudeiro em 2008, um ano atípico, registre-se, é bem pouco provável que ceda, ao menos no início da temporada. A disputa interna promete ser a mais acirrada. Resta saber se a equipe vai, enfim, dar aos pilotos um carro à altura.

Segundo Villeneuve, a Fórmula 1 moderna é artificial.

Em entrevista para a BBC Radio 5 Live Sport, Jacques Villeneuve teceu pesadas críticas ao atual formato da Fórmula 1. O canadense diz não entendê-lo, criticando o uso do DRS (drag reduction system), sistema de redução do arrasto, usado para a realização de ultrapassagens, não poupou a recente decisão dos pontos dobrados para a última corrida, muito menos os pilotos.

O campeão mundial de 1997 acusou os responsáveis pela condução da categoria de criarem um falso espetáculo, sem deixar de mencionar a parcela de culpa dos atuais pilotos, por faltar-lhes personalidade. Para ele, as regras introduzidas desde 2006, ano de sua aposentadoria da F1, em nada melhoraram o esporte e os pilotos permanecem inertes quanto às mudanças.

Já o sistema dos pontos dobrados nada mais é que uma tentativa de dar emoção até a última corrida do campeonato, pois, nas últimas 4 temporadas, houve completo domínio de Sebastian Vettel , sendo que, em duas delas, com ampla margem de vantagem para o alemão. Há, inclusive, rumores de que os pontos dobrados sejam incluídos nas três últimas corridas, apesar do protesto das equipes e de não receberem o apoio da opinião pública.

DRS

(DRS – Abertura da asa traseira)

Por sua vez, o DRS foi introduzido, em 2011, para facilitar as ultrapassagens e tornar as corridas mais emocionantes, pois muitas delas não passavam de procissões, ante a dificuldade de se realizar tal manobra. Todavia, Villeneuve insiste que tal dispositivo é artificial, afirmando que a Fórmula 1 está ladeira a baixo, perguntando-se o que mais pode ser feito para piorar o espetáculo, temendo que os fãs não mais respeitem a categoria.

Villeneuve, que em breve voltará a pilotar em uma categoria de rali, não deixou barato para a postura adotada pelas estrelas do automobilismo, taxando boa parte delas de extremamente desinteressantes: “Agora é um hábito não ter mais personalidade na Fórmula 1”. E mais, diz que os pilotos ganham muito dinheiro dos patrocinadores, e estes, por sua vez, pedem para que não saiam do “script”, o que é prontamente atendido, sem que se fuja uma linha sequer daquilo que foi solicitado.  “É uma época difícil para a Fórmula 1”, afirma o canadense.