McLaren?! Maior decepção é a RBR!

A temporada iniciou e a previsão se confirmou. Domínio completo da Mercedes e é pouco provável que haja mudança nesse cenário. Ontem, inclusive, vi uma “piada” interessante, dizendo que a equipe alemã deveria se preocupar, pois sua hegemonia estava em jogo: ano passado, Rosberg venceu a corrida com uma diferença de 26s. Ontem, Hamilton venceu com uma diferença de 25s para o terceiro colocado… Deveras, muito preocupante.

Embora seja triste ver uma das equipes de maior tradição na categoria arrastando-se no fim do pelotão, comparando-se às “nanicas”, não chega a ser decepcionante, pois já era algo previsto. Talvez não fosse esperado pelos fãs um desempenho tão ruim e com apenas um dos carros na pista, é verdade. Porém, os discursos de todos na equipe eram bem pessimistas.

Eric Boulier, por exemplo, acreditava que a McLaren poderia apresentar melhor desempenho apenas em Barcelona. Entretanto, a equipe de Woking já se pronunciou oficialmente, afirmando que não há prazo para solucionar seus problemas. Apesar dos resultados negativos, Button ficou feliz pelo simples fato de terminar a corrida. O inglês reconheceu a superioridade da Mercedes e da Ferrari, mas conseguiu ver qualidades no MP4-30:

Eu não acreditei que terminaria a corrida hoje. Eu me surpreendi ao ver a bandeira quadriculada. Então, se você olha pra isto, foi um bom resultado. Nós não havíamos completado mais de 12 voltas, sem um problema, antes desse fim de semana, portanto é um grande passo à frente. Agora temos muitas informações que poderão nos ajudar a ter ganhos para a Malásia… Comparando com a Force India, nós fomos mais rápidos nas curvas. Em relação a Red Bull e Sauber, estávamos muito parecidos“.

Hamilton vence a primeira do ano.

Hamilton vence a primeira do ano.

Voltemos ao título do post. Surpreso com ele? Não deveria. A Red Bull foi a única equipe – à exceção da Mercedes, óbvio – que conseguiu vitórias em 2014 e isso depois de ter uma pré-temporada pior do que a da McLaren. Relembrando o GP da Austrália de 2014, Ricciardo terminou a corrida em segundo, embora depois tenha sido desclassificado. Esperava-se que a Renault pudesse melhorar seu motor e, consequentemente, ameaçar o domínio da Mercedes, mas o resultado parece ter sido o inverso.

Enquanto Kvyat nem sequer largou, Daniel Ricciardo conseguiu chegar apenas em sexto, diante de sua torcida. O australiano tentou pressionar o estreante e forte candidato ao prêmio de novato do ano, Felipe Nasr, que não cometeu um único erro, comportando-se como um veterano. Se o brasileiro não foi capaz de atacar os carros da frente, pelo menos conseguiu terminar em quinto, enquanto seu companheiro chegou em oitavo. Um início promissor.

Em relação à equipe austríaca, não foi só o desempenho na pista que decepcionou. A postura da Red Bull após o início fraco também. Além das críticas públicas à Renault feitas por Christian Horner, houve ameaça por parte de Helmut Marko de deixar a categoria, apesar do compromisso contratual até 2020. Além disso, houve um pedido, tão inusitado, quanto ridículo, no sentido de igualar a potência dos motores. Vejam as declarações do chefe da equipe:

Quando estávamos ganhando e nunca ganhamos com uma vantagem como a deles, eu me lembro que o duplo difusor foi banido, exaustores foram movidos, aletas flexíveis foram proibidas, mapeamento dos motores foi mudado… A FIA, dentro das regras, tem mecanismos de igualação. Acredito que talvez seja algo que eles devam dar uma olhada“.

Haverá sorrisos esse ano?

Haverá sorrisos esse ano?

Ora. A RBR dominou a Fórmula 1 por quatro anos consecutivos, com destaque para as temporadas de 2011 e 2013. Nesta última, salvo melhor juízo, Vettel venceu as nove corridas finais. Não me recordo de haver por parte da Red Bull nenhum pedido de igualdade neste período. Pelo contrário, justamente em 2013, foi a favor e beneficiada por conta da mudança no composto dos pneus, quando a disputa já estava em curso. Importante destacar que se o duplo difusor foi banido, a RBR surgiu com o também contestado difusor soprado, solução muito bem explorada por Adrian Newey.

Da década de 80 para cá, tivemos épocas de domínio da McLaren, Williams, Ferrari e por último RBR. A Mercedes conseguiu construir um conjunto imbatível para 2014 e muito provavelmente para este ano. Sem dúvida, isso é fruto de alguns anos de trabalho. Cabem aos rivais ser mais competentes. Simples assim.

A Red Bull, embora seja uma equipe relativamente nova na categoria, sabe bem o caminho do sucesso. Certamente, o nivelamento por baixo não é a resposta.

16/03/15.

5 comentários

  1. Muito bem analisada a questão.

    Porém, a RedBull teve um desempenho discreto.Se Ricciardo não brilhou, nem ameaçou; fez pontos. Danil quebrou, acontece. Como quebrou KMag, acontece.

    Agora, decepção mesmo é ver a dupla McLaren-Honda iniciar o ano com um carro inacabado. A prova do Jenson foi constrangedora. É doído demais pra mim ver a McLaren com carros cada vez mais feios e lentos. O mesmo Jenson, muito fino, profissional, disse que quando o carro acertar, vai dominar. Espero que não seja um novo DeltaWing. Saudade do mago Murray…

    Decepção é ver o Senhor Ron “Sabe Tudo” Dennis, passar a pré-temporada inteira de prosa com o Fernando, e na primeira prova, me apresentar um carro de GP2, e sem patrocínio.

    Boullier, Alonso, Dennis, estão todos sob observação. A Honda tem crédito.

    Quanto à RedBull, todos sabem que a FIA é parcial e tendenciosa, desde Balestre e Todt. As montadoras têm preferência sobre os bilionários. Porém, há de se manter a postura que tiveram durante os anos vitoriosos.

    Agora, o Nasr correu como gente grande. Parabéns!

    Off topic:
    até quando Niki Lauda vai continuar como diretor de equipe ao invés de empresário não oficial de piloto?
    Sou saudosista, respeito os clássicos, mas isso não é nada profissional.
    Me lembra o Nakamoto, que se derrete com as vitórias do 93, mas sequer sorrir com as vitórias do Pedrosa.
    É legítimo? É.
    É profissional? Nem um pouco.

    Naquela situação, eu fico constrangido, pois sou Hamilton, posso criticar.
    Nesta situação, eu fico furioso, pois sou Pedrosa.

    Abraço

    1. Tenho visto seguidas entrevistas do Lauda ao SkysportsF1 apontando publicamente erros do Nico, e dando o Luisinho como a estrela da corporação, a quem todos devem trabalhar em prol.

      Pra mim, não há dúvidas da superioridade do HAM como piloto, conquistou o posto de primeiro piloto na pista,campeão legítimo. HAM é um ás, um virtuoso. ROS é um trabalhador, um grande e esforçado adversário.

      E eu sinto saudade do HAM até hoje, mas acho que cada coisa no seu lugar.

      Primeiro, é uma casa alemã, com um Chairman alemão, e um piloto alemão, que já estavam lá quando ele chegou.

      Segundo, o Lauda pode achar o HAM o melhor, mas pra mim, não é profissional e nem produtivo dar declarações como Diretor da AMG, como se a AMG fosse o HAM e o ROS fosse de outra equipe.

      Terceiro, eu não vejo estrela maior alí do que a de três pontas.

      Respeito profundamente o Lauda, assim como outros pilotos de sua geração, acho que ele deve ser ouvido e considerado, mas tb acho que como Diretor de uma empresa que tem 2 frentes de atuação, ele não pode desmerecer uma das duas. Isso torna menor o êxito do HAM. Ele deveria enaltecer o ROS como prova de quão fodástico foi o feito do HAM.

      Eu não sei se o tempo dele de Ferrari o fez ter desejos de virar um Comendador, mas pra mim, esse tipo de setentismo na F1 é nefasto.

      abraço

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